A indústria joalheira internacional, principalmente a americana que arrebata, aproximadamente, 45% do comercio de gemas e joias do mundo, sempre teve a preocupação em equilibrar e incentivar o mercado em todos os níveis de poder aquisitivo. É uma questão de ótica empreendedora onde o objetivo é agregar o maior número possível de fomentadores de produtos de um mesmo segmento.
Os economistas justificam essa estratégia afirmando que além de gerar mais empregos e, consequentemente, mais fluxo financeiro na economia local, oferecem também a chance de diferentes classes sociais se beneficiarem de produtos de aparências similares, porém com baixo custo.
Em cima deste conceito, durante a década de 80, o mercado joalheiro americano voltado para classes C e D, desenvolveu produtos com design arrojados, confeccionados em ouro 14K através do sistema automatizado (fundição) compostos por gemas sintéticas, que foram denominados de semijoias. Nada mais era do que um produto “híbrido” com grande valor percebido, devido a sua beleza e confeccionado em ouro, embora de baixo teor, porém com preços esvaziados pelas gemas sintéticas que as compunham.
O referencial de padrão tomado por esta nova concepção de “joias” era o acervo exibido pelas grandes joalherias através de suas revistas e folhetins promocionais. Ou seja, todos os modelos de joias que agradassem a maioria do público mais elitizado eram, imediatamente, copiados e fabricados com as gemas sintéticas. No caso dos diamantes, eram utilizadas as zircônias cúbicas que haviam chegado ao mercado recentemente e com grande força na imitação do diamante. As sínteses de rubis, safiras e esmeraldas mais elaboradas e, consequentemente, mais difíceis de serem detectadas por profissionais com pouca experiência gemológica, eram cuidadosamente lapidadas nas dimensões e formas que imitavam as lindas e caríssimas joias expostas nas vitrinas das grandes joalherias como Van Cleef, Tifany’s , Harry Winston e outras de grande repercussão no high Society americano. Uma joia original oferecida por US$ 30,000 em joalherias renomadas, poderiam ter suas réplicas produzidas como semijoia oferecidas em lojas de departamento por, aproximadamente, US$ 700.
Este movimento estabeleceu um novo patamar de produto que substituiria, em termos, o mercado de bijuterias finas, que teve sua época de glória nos anos Pós Guerra. Paris, na década de 60/70, foi o espelho da moda e formadora de opinião no mercado de luxo e, consequentemente, era a maior produtora e exportadora de bijuterias finas que eram distribuídas para todos os magazins de todos os continentes, tais como a Sears, Bloomingdales, Galeries Lafayette, Mappin, Casa Sloper, dentre outras. Já na década de 80/90, as bijuterias se tornaram ainda mais baratas para que pudessem atrair o público que não tinha condições de arcar com os preços das semijoias. Como foi mencionado no início desta matéria, há clientes para todos os tipos de mercadorias envolvendo o mesmo segmento.
Alguns joalheiros são críticos quanto a copiar joias de grifes consagradas e reproduzi-las em massa, confeccionadas com matérias primas “não preciosas”, a fim de suprir uma demanda popular de classes excluídas do mundo do mercado de luxo. Dizem que joias devem ser adquiridas e vestidas por aqueles que possam arcar com seus custos e exibi-las no tapete rubro do jet-set de sua sociedade local. Já outros, concordam e incentivam a reprodução alegando que quando o mercado popular se interessa por um determinado design e é lançado em forma de “genérico”, significa a real consagração do sucesso do produto. Logicamente que este tema é muito polêmico e de conclusão improvável. Mas e você o que acha? Se você fosse o dono ou o designer de uma joia – como esta da foto acima da Van Cleef & Arpels – se importaria se o seu produto fosse copiado e comercializado nos mercados de classe C e D espalhados pelo mundo? Não precisa responder de imediato. Pense a respeito, reflita e converse com uma pessoa próxima e escute sua opinião!
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