Ao longo de décadas, venho lidando com situações recorrentes no sentido de o cliente ter dificuldade, à primeira vista, de entender as diferenças entre uma certificação e uma avaliação. O contexto se complica quando durante as devidas explicações, enfatizamos que uma coisa é completamente diferente da outra, porém uma das opções é pré-requisito da outra. Vishiii!!! Tá ficando complicado!!! Vou explicar…

A certificação de um determinado produto se dá através de um documento que descreve e atesta que foram executados alguns procedimentos de conferência técnica, onde os resultados são revelados para o cliente. Cada segmento comercial adota um padrão próprio para as análises, descrições e emissão deste documento. Cabe lembrar que esta denotação envolve inúmeros predicados tais como: certificado de garantia, de autenticidade, de origem, de conduta, bons antecedentes, além de inúmeros outros possíveis.

No segmento gemológico e joalheiro, os certificados são peças importantes para selar e ratificar, muitas das vezes, a harmonia e a confiança entre vendedor e consumidor. Esta premissa se apoia no fato em que o comerciante de pedras preciosas ou joias não precisa ser, necessariamente, um expert em gemologia para comprar e vender seus produtos com seriedade e confiança. Embora fosse ótimo para seus clientes, caso detivesse tal conhecimento e habilidade. Por este fato não ser o de praxe neste segmento, é aí que entra o “certificado de autenticidade” ou o “certificado gemológico” atuando como o elo de ligação de confiança entre o comerciante e seu cliente. Desde que o documento de opinião técnica seja emitido por uma empresa ou profissional ilibado, estabelecido e reconhecido pelo mercado nacional e internacional, ele irá isentar as partes envolvidas na negociação de todas as dúvidas e receios que possivelmente poderiam vir a surgir, deixando a “briga” apenas para o quesito “preço”.
Abaixo, vamos descrever as variações de certificados ou, laudos técnicos, mais comuns que estão disponíveis no mercado internacional de gemas e joias e suas respectivas propriedades:

» Certificado de Autenticidade de Joias

Documento que descreve o material e a(s) gema(s) que compõem a referida jóia tais como, a titularidade do metal, o(s) tipo(s) de gema(s) mencionando a lapidação, peso e classificação de cor e pureza, de acordo com a nomenclatura internacional dos avaliadores de gemas e joias.

» Certificado Gemológico de Gemas de Cor

Documento emitido com base nos exames gemológicos em que a gema fora submetida, mencionando, quando possível, sua, provável origem, além do peso, dimensões, grau de pureza, classificação de cor e alguns resultados gemológicos identificadores pertinentes.

» Certificado de Diamante

Documento emitido com base nos 4 C’s (peso, grau de pureza, grau de cor e tipo de lapidação) além dos resultados de exames específicos inerentes a sua proporção.

Agora, para falarmos de avaliação iremos nos ater, apenas, no valor do produto. Porém, para podermos dar início ao processo de avaliação devemos nos certificar da genuinidade e da origem do respectivo produto. No segmento joalheiro e gemológico esta premissa não foge à regra. Daí, a necessidade de submetermos a(s) peça(s) aos exames pertinentes a fim de nos certificarmos de que tipo de produto estamos lidando: tipo de metal e seu teor, se confeccionado à mão ou em fundição, tipo de gemas e se são naturais, tratadas ou sintéticas, além do tipo de lapidação, dentre inúmeros outros fatores imprescindíveis para fecharmos a equação que irá envolver seu valor.

Avaliação ou Certificação

Avaliação ou Certificação

Devo fazer um comentário técnico, já mencionado nos editais anteriores, onde manifesto a diferença de conotação da palavra valor. Ela pode significar, dependendo do contexto, diferentes resultados de interpretação tipo: valor de estimação, histórico, reposição, seguro, liquidação, dentre outros. Quando atestamos, estimamos ou descrevemos o valor de algum bem, devemos mencionar em qual o patamar de valor estamos nos referindo, pois caso não o fizermos, estaríamos dando chance para inúmeras interpretações adversas e possíveis interpelações.

As avaliações mais costumeiras requisitadas no segmento joalheiro, tanto por meio judicial como no extrajudicial, é aquela para fim de partilha. A partilha geralmente é solicitada pelo cliente, extrajudicialmente, a fim de obterem o valor real de seus bens (joias e pedras preciosas) que receberam de familiares ou, que irão deixar encaminhados para os filhos ou sucessores. Também podem ser requisitadas por juízes de Varas de Família ou Civis (via judicial) a fim de encerrarem processos de Inventários (espólio).

Independente da origem da requisição (judicial ou extrajudicial) o perito avaliador deve ter a sensibilidade e a técnica para adotar valores que condigam com a realidade de apuração dos bens avaliados a fim de oferecer isonomia financeira aos envolvidos no processo. É muito comum observarmos que durante a divisão de bens em família, existam imóveis, automóveis, obras de arte, joias e, eventualmente, saldos bancários. Assumimos e ratificamos que dividir dinheiro é muito fácil, basta saber contar e fazer conta de dividir. Dividir imóveis e automóveis não seria muito complicado, uma vez que existem parâmetros de mercado bastante realistas editados em jornais de grande circulação ou em sites especializados na internet. Em casos de haver poucos imóveis para muitos herdeiros, bastaria estabelecer seus devidos valores em participações acionárias ou em cotas participativas (shares). Contudo, dividir bens que a única noção de parâmetro de valor seria a vitrine de uma galeria de arte ou de uma joalheria, fica bastante complicado, pois quando se divide patrimônio, o que se espera por parte de quem os recebe é , na sua maioria dos casos, realiza-lo monetariamente para poder seguir sua vida ou realizar seus sonhos de consumo. E nesses casos os valores encontrados nos bens expostos nas respectivas vitrines jamais serão alcançados pelos herdeiros quando necessitarem realizar o bem recebido na partilha. Por este motivo é que advertimos aqueles que desejam deixar suas vidas organizadas, que procurem um profissional da área para ajudá-lo a realizar este processo, de maneira correta, a fim de lhe trazer tranquilidade no futuro. Evite as dores de cabeça!

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