Há mais de 5.000 anos que a realeza como a nobreza dos quatro cantos do Mundo vem contemplando a beleza e a imponência deste mineral de cor verde hipnotizante que conhecemos como Esmeralda.
A origem do nome é ainda desconhecida, porém historiadores indicam plausíveis teorias de que a sonoplastia “Emerard” surgiu de um dialeto da Índia antiga. Esta gema da cor verde fora chamada de diversos nomes em diferentes idiomas e dialetos. No Egito era chamada de Mafek, equivalente a Marakat no sânscrito. Os gregos a chamavam de Smaragdos e os romanos de Smaragdus. Os russos Izmurud e os turcos Samurat, com o passar dos séculos, inúmeras derivações surgiram pelo mundo afora, porém na história moderna, até o início do século XIX, o que prevaleceu foi o nome em alemão, Smaragd. Finalmente, a palavra Emerald emergiu da língua inglesa a partir desta época (século XIX) e então ganhou notoriedade internacional.
As primeiras evidências.
Os historiadores indicam que a primeira mina de esmeralda foi descoberta na região de Gebel Sikait (Egito). É uma área montanhosa localizada entre o Nilo e o Mar Vermelho a aproximadamente 130Km a nordeste do porto de Berenice. Esta região era conhecida como o local que abrigava as “Minas de Cleópatra”. Após o início das escavações, durante o reinado de Cleópatra, foram retiradas centenas de quilos de esmeraldas por mais de 300 anos.
As esmeraldas eram apreciadas como símbolo da imortalidade e também utilizadas em cerimonias religiosas devido a sua cor verde grama, que invocava as cheias do rio Nilo trazendo fertilidade, semeadura e uma boa colheita. De acordo com os escritos antigos, os Romanos mineraram grande parte deste mineral durante a sua ocupação do Egito. Existem relatos de que os Romanos também encontraram outra mina de esmeralda nas montanhas de Habachtal, onde hoje é a Áustria, há aproximadamente 2.000 anos. Há relatos da existência de outras regiões com ocorrências de esmeraldas, mencionadas nesta mesma época, onde hoje é o Paquistão e o Afeganistão.
Todavia, o que realmente transformou o mundo das pedras preciosas foi a descoberta das minas na Colômbia pelos conquistadores espanhóis. Desconhecidos pelo resto do planeta, nativos colombianos já adornavam seus penduricalhos com as belas esmeraldas de cor verde intensa há, pelo menos, mais de 500 anos antes dos espanhóis invadirem a América do Sul. Após receberem dos indígenas locais amuletos feitos de esmeraldas, por volta de 1537 Cortez e Pizarro apresentaram esta magnífica gema à Europa. Os melhores exemplares de gemas retirados das minas localizadas aos arredores de Muzzo e El Chivor foram vendidos para Marajás da Índia, para sultões da Turquia e para reis da Pérsia.
Assim, estas localidades produtoras da Colômbia, passaram a sustentar uma tradição internacional quando o assunto é “esmeralda de alta qualidade”.
As descobertas no Brasil
A formação geológica das esmeraldas na Bahia ocorreu, aproximadamente, há 2 bilhões de anos, na era Proterozoica. Contudo, como curiosidade gemológica, as ocorrências que produziram gemas de melhor qualidade, até hoje no Brasil, são aquelas que tiveram a sua formação geológica mais recente, aproximadamente, há 500 milhões de anos e que se deram em Minas Gerais (Itabira, Piteiras) e Goiás (Santa Terezinha). Isso é um fato interessante, pois a formação das ocorrências colombianas que carregam a tradição de serem as de melhor qualidade, também são muito jovens. Ocorreram entre 65 a 40 milhões de anos, apenas.
A primeira ocorrência descoberta no Brasil foi a de Salininha (Bahia), na década de 1960 e que teve como padrinho desta descoberta o saudoso e inigualável Jules Roger Sauer. Foi ele que conseguiu a autenticidade da gema verde encontrada na região, através de análises e certificação emitida pelo GIA (Gemological Institute of América) em agosto de 1963. Devido a ausência de cromo, fato este imprescindível na época para que o berilo verde fosse denominado de esmeralda, ele utilizou a informação que detinha sobre ocorrências de esmeraldas de outras regiões do planeta como as encontradas na Rússia e na África que também tinham somente o Vanádio como elemento cromóforo, assim como a nossa de Salininha. Isso foi considerado um grande feito, uma vez que através do fato, se abriram inúmeras portas ao comércio exterior deste raro produto brasileiro.
Logo depois, na mesma década e na década seguinte (60-70-80) foram descobertas outras ocorrências de grande importância gemológica, também na região da serra da Carnaíba e Socotó. Depois vieram as minas de Itabira e Nova Era em Minas Gerais, assim como a de Santa Terezinha em Goiás. Hoje, a mina considerada de maior valor produtivo (quantidade X qualidade) é a de Nova Era. Seus exemplares de alta qualidade chegam a impressionar até mesmo os comerciantes internacionais mais experientes.
Embora exista na Europa um pequeno preconceito contra as esmeraldas brasileiras, fato este fomentado, principalmente, pelos produtores colombianos que sentiram a tradição e o preço das suas esmeraldas praticados no mercado internacional ameaçados pela alta qualidade e baixo preço das brasileiras, ninguém consegue segurar o folego quando se depara com a estupenda beleza de uma gema de qualidade produzida em Nova Era. Por esta razão é bom saber que a origem (mina/localidade) de uma gema não é certificada de boa ou má qualidade. Pode sim servir, apenas, como uma orientação, mas não é determinante. A Colômbia, assim como Brasil, Zâmbia e Paquistão produzem gemas de qualidade fraca, média, boa e excelente. O que determina a qualidade de uma gema são seus próprios méritos. No caso das esmeraldas devem apresentar boa cristalização, tamanho (peso), cor intensa, mas não muito saturada e poucas, ou nenhuma, fraturas externas e internas.
O Brasil é um dos maiores produtores de esmeraldas do mundo, ficando atrás somente da Colômbia e seguido de pertinho pela Zâmbia (África). São centenas de milhares de quilates produzidos, onde mais de 70% dessa produção é exportada para Europa, Estados Unidos, Japão e para outros países da Ásia. Os brasileiros, de forma geral, ainda não possuem uma cultura gemológica ou geológica suficiente para entenderem a raridade e apreciarem a beleza intrínseca dos nossos minerais. Mas já melhorou bastante em relação ao que era há duas décadas.
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