Por mais de 5.000 anos as pérolas têm exercido um estupendo fascínio sobre a humanidade. As pérolas cultivadas (produzidas em cativeiro) , diferente das naturais, surgiram somente nas fases mais recentes da história, porém também provocam suspiros em milhões de mulheres e admiradores em todo o mundo. Apesar da admiração e de representar uma indústria multimilionária, as pérolas cultivadas merecem todas os méritos de reconhecimento devido serem um produto produzido pelo homem com parceria incondicional da natureza.
Elas são, sem sombra de dúvidas, mais do que um simples adorno. Elas estão envolvidas diretamente com fatores de contextos biológicos, geográficos, culturais, históricos, social e econômicos e, eventualmente, expõe suas credenciais naturais atraindo a atenção e admiração daqueles que conseguem entender e compreender as minúcias desses fatores.
Antes do japonês Kokichi Mikimoto apresentar ao mercado internacional as pérolas cultivadas, na década de 1900-1910, as naturais alcançavam valores muito diferenciados onde somente os nobres tinham condições de adquiri-las e, em alguns países, o direito de ostenta-las em público
As pérolas naturais foram durante séculos, sinônimo de nobreza, poder e riqueza. Para afiançar seus poderes na história, basta observarmos em quadros produzidos durante o período entre 1600 – 1890 expostos em museus europeus, que os governantes, reis, rainhas princesas, sheikes, sultões e nobres poderosos, aparecem ostentando indumentárias adornadas por pérolas ou longos colares contendo centenas de pérolas naturais.
O Golfo Pérsico era o maior produtor destas preciosidades até os meados de 1930, quando as cultivadas começaram a afetar economicamente a indústria perolífera na relação custo X benefício. No começo do século XX o homem já manifestava, involuntariamente e inconscientemente, a tendência de preservação animal e ambiental, quando o mercado internacional começou a preterir as pérolas naturais pelas cultivadas. Durante as décadas seguintes, o processo de substituir as pérolas naturais pelas cultivadas foram se tornando, automaticamente, um processo natural devido ao seu baixo preço relativo e com beleza incontestável.
As gerações seguintes que alcançaram status de consumidores de joias a partir da década de 1950, se referiam às pérolas cultivadas como sendo as “naturais”, diferenciando-as apenas das imitações como os plásticos, resinas e porcelanas pintadas (Pérolas de Majorca).
No mundo das pérolas existem duas referências: as produzidas em água salgada (oceanos) que são denominadas de “salt sea” e, as produzidas em água doce (rios, lagoas…) denominadas de “ fresh water”. Então, para diferencia-las dizemos: pérolas salt sea ou, pérolas fresh water.
As pérolas salt sea foram, desde a exposição de Mikimoto no Arts & Crafts Exhibition em Moscou (Rússia – 1908) até o início do ano de 2010, durante todo esse tempo, as mais conhecidas, desejadas e expostas pelas grandes joalherias internacionais. Dentre elas podemos citar algumas variações de nomenclaturas derivando de acordo com o tipo de molusco (concha) e a região que foi produzida (cultivada), como:
Akoya (Japão e arredores)
Akoya é responsável pela produção de 90% das pérolas cultivadas em água salgadas das cores branca, prata, levemente rosada e creme com tamanhos variando entre 2mm a 9,5-10mm de diâmetro. Por este motivo, todas as pérolas ofertadas no mercado internacional que se encaixem nestes parâmetros, nos referimos a elas como pérolas akoya.
South Sea (mares do Sul)
South Sea é uma região que abrange o nordeste do mar da Austrália, Papua Guinea, Ilhas Salomão e arredores. Esta nomenclatura de pérolas faz referência àquelas nas cores branca, prata e dourada com tamanhos variando entre 10-11mm a 16mm de diâmetro. São as prediletas das grandes joalherias internacionais e dos consumidores mais abastados financeiramente. A pérola South Sea ainda é um divisor de águas entre a alta joalheria e a joalheria padrão.
Os chineses começaram a produzir pérolas fresh water (água doce) com extrema perfeição a partir de 2010. Como disse anteriormente, este sistema de produção é muito mais barato do que os da salt water (água salgada – oceano) devido a inúmeros fatores que não irei discorrer neste momento. Contudo, hoje podemos encontrar no mercado pérolas fresh water nas cores branca e prata com tamanho variando entre 8mm e 13mm de diâmetro com preços muito baratos, se comparados com as pérolas South Sea. Os chineses, realmente, vieram para quebrar alguns conceitos!
Tahiti ou Pérolas Negras
Tahiti ou Pérolas Negras, estas são produzidas em dezenas de ilhas situadas no arquipélago das Polinésias francesas. Elas se apresentam nas cores cinza claro ao cinza bem escuro com interferência de nuances verdes, amareladas, rosadas e azuladas. Seus tamanhos variam entre 8mm a 15mm de diâmetro.
Esse é um assunto fantástico, riquíssimo em história e detalhes que um livro de 700 páginas, talvez não fosse suficiente para contar todos os tipos existentes, suas derivações, histórias, conceitos, nomenclaturas e , principalmente o glamour que, indiscutivelmente, este tema merece. Por esta razão, iremos ficar por aqui!
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